sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Com receitas insuficientes no estádio, Flamengo ainda deve R$ 26 milhões ao Maracanã

Sem faturar o que calculava quando assinou contrato com o Maracanã, o Flamengo vai deixar para o próximo presidente – Eduardo Bandeira de Mello tentará a reeleição contra o ex-aliado Wallim Vasconcelos e Cacau Cotta em 7 de dezembro – dívida de R$ 26,4 milhões com o consórcio que administra o estádio. É o resultado de um empréstimo feito no momento da assinatura, em setembro de 2013, e de receitas com os jogos insuficientes até para pagar os juros.

Quando assinou com o Maracanã, em 2013, o contrato que valeria de janeiro de 2014 a dezembro de 2016, o Flamengo tomou com o consórcio um empréstimo de R$ 27 milhões. Era um momento delicado para as finanças no primeiro ano da gestão de Bandeira de Mello. O dinheiro seria pago com 35% das receitas líquidas dos jogos do time. A garantia é o contrato de direitos de transmissão firmado com a Globo. Há juros de 165% do CDI – taxa adotada por bancos só para negociações entre eles que norteia outras taxas no mercado.

O dinheiro gerado pelas partidas, no entanto, não foi suficiente para quitar a dívida. Na realidade, não deu nem para pagar os juros, porque, mesmo com os pagamentos do clube dentro do prazo combinado, a dívida aumentou ao longo dos meses. O valor devido pelo Flamengo ao Maracanã subiu de R$ 24,7 milhões em 31 de dezembro de 2014 para R$ 26,4 milhões em 30 de setembro de 2015.

"As projeções de venda de camarotes e outros ativos não se confirmaram. Porém essas vendas eram de responsabilidade do Consórcio Maracanã", informou a diretoria do Flamengo a ÉPOCA.

O problema é que, se o empréstimo não for pago, o contrato será estendido automaticamente. O futuro presidente, em 2016, terá de pagar em um ano uma dívida que não pôde ser quitada em dois. O Flamengo afirmou que "projeta liquidar o restante do empréstimo nos prazos de vencimento, logo, sem a necessidade de renovação automática do contrato". Se a verba levantada com o próprio Maracanã não for suficiente, a cota de televisão poderá ser usada.

Procurado, o Maracanã afirmou que, "por força da cláusula de confidencialidade, não pode comentar nenhum aspecto do contrato."

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