quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Presidente de Flamengo se posiciona contra torcida única no Rio: "Seria a pá de cal"

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Depois da briga entre as torcidas de Flamengo e Botafogo, domingo antes da partida entre os dois times no Engenhão, que resultou na morte de um torcedor, o Ministério Público Estadual decidiu entrar com ação no Juizado do Torcedor e Grandes Eventos, nesta quarta-feira, pedindo que os clássicos do futebol carioca tenham torcida única. O promotor Rodrigo Terra baseia o pedido no fato de o Brasil ser o recordista mundial em mortes de torcedores por causa de brigas envolvendo as organizadas.

Para Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo, a torcida única nos clássicos seria o fim do futebol carioca e ainda não resolveria o problema. De acordo com o dirigente, a solução da violência nos estádios passa por uma punição rigorosa às pessoas diretamente envolvidas nas confusões.

- Sou totalmente contra. Acho que isso seria uma pá de cal no futebol carioca e que não resolve o problema. As mortes vão continuar longe do estádio como quase sempre acontecem. Além disso, às vezes, acontecem conflitos entre torcidas do mesmo clube. A única solução é a punição rigorosa das pessoas físicas - afirmou o presidente do Flamengo.

Na ação do Ministério Público Estadual, o promotor Rodrigo Terra pede ainda que seja proibida a distribuição de ingressos para torcidas organizadas por clubes, pela CBF e pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro. O MP ainda exige que os quatro grandes clubes cariocas, a FERJ e a CBF sejam obrigados a cadastrar todos os integrantes das torcidas organizadas. As informações do sistema seriam usadas para, caso seja necessário, negar o acesso aos estádios aos torcedores violentos.

- Ao longo dos anos e, quiçá, décadas, diversos procedimentos têm sido instaurados e ações civis públicas ajuizadas para tratar de condutas graves, como a participação e o envolvimento de torcidas organizadas em brigas, atos de violência, rixas, homicídios - escreve o promotor de Justiça Rodrigo Terra, responsável pelo ajuizamento da ação civil pública.

O Estatuto do Torcedor prevê que a entidade com mando de campo deve articular as medidas necessárias para garantia da segurança antes, durante e depois do evento. Além dos quatro grandes clubes do Rio, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) são réus do processo por serem responsáveis pela organização dos campeonatos e garantia de segurança dos torcedores.

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